Evento da Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural ocorreu em Passo Fundo (RS) e reuniu especialistas do setor
Para Geraldo Isoldi o mercado financeiro é tudo em sua vida. Conheceu a Bovespa (atual B3) antes mesmo de ingressar no curso de Economia (que acabou não concluindo por motivos particulares) tendo sido trader e posteriormente broker nos primeiros anos.
Pelo menos metade do seu tempo de vida é dedicado a commodities e foi exatamente uma delas, o milho, que o levou a apresentar um trabalho muito bem fundamentado e criterioso no Congresso da Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural (SOBER) realizado na Universidade de Passo Fundo (UPF), no final de julho.
Isoldi expôs a uma plateia composta por alunos e especialistas do agro uma análise da série histórica dos preços do milho entre 2013 e os primeiros meses de 2025 e as variáveis que impactaram esse mercado ao longo do tempo, contribuindo com uma leitura crítica dos movimentos de mercado e suas implicações para produtores e consumidores.
Atualmente cursando Gestão do Agronegócio, na Faculdade CNA, diz que a ideia partiu do professor Alberto Santos. “Escrevo muito. Faz parte do meu trabalho e para vários lugares, inclusive, para fora do Brasil. Mas nunca tinha tido a experiência de escrever algo de cunho científico. Foi o professor Alberto quem deu a sugestão do Congresso e aceitei o desafio”, explica.
Apesar do agronegócio oferecer diversas oportunidades e de ainda ter mais dois semestres para concluir o curso, para ele não há razão para mudar de área depois de tantos anos, mas a apresentação na Universidade de Passo Fundo ofereceu alguns insights.
“Foi bem legal, um grande aprendizado e uma experiência marcante estar em um ambiente acadêmico, compartilhando conhecimento e refletindo sobre os desafios e transformações do nosso setor. Uma apresentação desse tipo é algo totalmente fora do meu mundo e estar ali rendeu ideias para novos trabalhos.”
Ele diz que sua pesquisa pode ser entendida até mesmo como um artigo resumido. “Na minha visão, é muito mais um alerta do que uma base de dados propriamente dita. Esse levantamento, que inclui dados de mais de uma década, serve como uma espécie de aviso do que precisamos trabalhar na questão de planejamento de preços dentro do campo, que é algo que estamos muito atrasados”, conclui.