⁹Evento no Rio de Janeiro deu um panorama das novas práticas e pontuou tecnologias que garantirão competitividade aos pequenos produtores rurais
Sistema de irrigação de hortas com célula fotovoltáica, irrigação gravitacional, reaproveitamento de água na produção de cogumelos.
Esses foram alguns dos projetos apresentados durante o primeiro dia do 2º Fórum Internacional Rio+Agro, no Rio de Janeiro, que reuniu lideranças, pesquisadores e órgãos governamentais para discutir os caminhos para um setor agropecuário inovador e cada vez mais sustentável.
Para o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), Tirso Meirelles, levar tecnologia aos pequenos produtores é o grande desafio, uma vez que a inovação será o grande diferencial de competitividade. Em sua palestra “Inovação Circular: Ciência, Tecnologia e Governança para um Agro Sustentável” ele mostrou que a modernização tecnológica iniciada nos anos 70 transformou o campo através da mecanização, dos biocombustíveis e a ciência aplicada, preparando a base para a inovação circular de hoje.
“Em 50 anos, pelo trabalho primoroso da Embrapa, passamos de importadores a um dos principais players mundiais da produção de alimentos. O futuro do setor agropecuário passa pela adaptação ágil dos produtores às novas tecnologias, pelo uso dos bioinsumos e a preocupação cada vez maior com as práticas de manejo sustentáveis, como a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). Nesse aspecto, o trabalho das startups será vital na construção de soluções de baixo custo, que sejam acessíveis a todos”, frisou Meirelles.
Da zona rural ao plantio urbano, as lideranças mostraram que há espeço para o crescimento do setor agropecuário, sempre atrelado às pesquisas e ao desenvolvimento de novas tecnologias.
Ele frisou que a construção de centros de excelência, como os que estão sendo desenvolvidos no estado de São Paulo pelo Senar, tem como foco a evolução do setor a um novo patamar. Dentre os projetos em fase final de construção estão o de Cana-de-Açúcar e Bioenergia, em Ribeirão Preto, e o de Inteligência Artificial e Turismo Rural, em São Roque.
Com a participação de mais de 120 palestrantes e representantes de 18 países debateu temas que estão no coração da agenda global de sustentabilidade: a segurança alimentar, o uso da terra, a bioeconomia e a transição para uma agricultura de baixo carbono. As discussões e as inovações apresentadas no Rio+Agro são uma contribuição direta para as negociações da COP30, que acontecerá em novembro, em Belém.
“O Brasil tem a responsabilidade e a capacidade de liderar o debate sobre como produzir de forma sustentável, alimentando o mundo sem comprometer o futuro do planeta”, afirmou Carlos Favoreto, idealizador e presidente do Rio+Agro. “Nosso fórum é o ponto de encontro para que o setor agropecuário mostre o que já está fazendo e prepare o que será discutido em Belém. Estamos plantando as sementes para a COP30.”