Participantes relatam aprendizado com técnicas orgânicas e resultados que vão além da rentabilidade financeira
Instrutora do Senar-SP há 20 anos e integrante Comissão da Produção Orgânica do Estado de São Paulo (CPOrg/SP), Ana Paula Zimbardi Lombardi nunca havia ministrado o Programa de Tomate Orgânico no município de Uchoa.
O convite veio por Siuze Davanzo, presidente do sindicato rural e membro da Comissão Semeadoras do Agro da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp). “Existem muitos instrutores bons, não há o que dizer do Senar-SP, mas já havia ouvido falar do profissionalismo dela na cultura do tomate e queria desta vez que ela ministrasse o programa. A Ana Paula é ótima”, afirma.
Segundo a instrutora, os 14 participantes durante sete módulos tomaram conhecimento com técnicas para a produção do tomate orgânico, como: produção das mudas, variedades, plantio, tratos culturais, adubações, pragas e doenças, colheita, classificação, custo de produção, além dos cuidados com geadas.
O clima em Uchôa foi responsável por reduzir a colheita na primeira penca. Ventos fortes e gelados danificaram os pés e prejudicaram o crescimento dos frutos.
“Houve um cuidado no plantio levando-se em consideração a análise de elementos como: temperatura, umidade, precipitação e vento, que é influenciado por fatores como latitude e altitude da região. As plantas de tomates foram muito bem preparadas em temos de adubação, correlacionando-se a nutrição com a sua etapa de desenvolvimento e, inclusive, para as condições adversas do clima”, explica Ana Paula.
Tais precauções resultaram em boas perspectivas de produção. É o caso do plantio de Sérgio Davanzo, que até o momento retirou 2.200 kg de tomates e ainda tem uma média de 4.500 para colher.
“Seguimos todas as recomendações e as instruções desde o semeio, respeitando todas as etapas, e a colheita foi fantástica”, diz.
Soraia de Souza é natural de Uchôa e depois de várias décadas atuando como professora do Ensino Fundamental I em São Paulo, retornou ao município. Por conta de um tratamento de câncer que sua irmã vem realizando procurou o sindicato para fazer o curso. Sempre teve interesse em aprender coisas novas e por orientações médicas e de nutricionista vem auxiliando a irmã em uma dieta saudável e 100% natural, livre de industrializados, corantes e frituras.
Ela, que já fez outros cursos com a instrutora (compostagem, horta orgânica, orquídeas e jardinagem), procura colocar em prática aquilo que aprende, como vem fazendo na propriedade de sua família. “Quando recebi a apostila li de cabo a rabo. Para mim foi um prazer ter realizado o Programa do Tomate Orgânico. Ver desde a semente ao tomate no pé pronto para a colheita é lindo. Além de gerar saúde e segurança alimentar”, conta.
“Ninguém tira o conhecimento das pessoas e sempre que existe a oportunidade, tento transferi-lo a outras, como vizinhas que, por exemplo, me pedem auxílio com suas orquídeas e até quem veja o resultado dos tomates e queira replicar o que estamos conquistando aqui”, conclui.
Ana Paula diz que o tomate orgânico se diferencia do convencional pela pouca utilização de defensivos químicos, enfatizando o uso de produtos biológicos, além dos alimentos possuírem melhor sabor, aroma, maior durabilidade.
“O Programa de Tomate Orgânico do Senar-SP visa capacitar produtores rurais em técnicas de cultivo sustentável de tomate, com foco na produção sem agrotóxicos, redução de custos, melhoria da qualidade dos produtos e aumento da renda do produtor, promovendo segurança alimentar e valorização da propriedade rural.”