*José Luiz Tejon
Potencial extraordinário para o milho e o sorgo do Brasil é o que a Associação Brasileira do Milho – a Abramilho – e o seu presidente, Paulo Bertolini, detectou em uma viagem que fez agora à China e ao Japão.
Bertolini me contou que: “O milho tem ganho cada vez mais relevância na produção agrícola brasileira. Somos o 3º maior produtor mundial, entre o primeiro e o segundo maior exportador desse cereal para o mundo todo. São mais de 100 países que já consomem a nossa produção. Esse ano teremos uma colheita recorde da produção de milho, em torno de 137 milhões de toneladas. Isso aconteceu porque o agricultor investiu em tecnologia, ampliou a área e também porque nós tivemos esse ano um bom momento climático no país todo. A Abramilho tem participado de missões internacionais para passar o ponto de vista dos agricultores, para mostrar a forma como nós produzimos o nosso milho, que é de uma forma sustentável, com produto de bastante qualidade, e nós temos dado mais ênfase ultimamente a Ásia, principalmente à China, e ao Japão, onde pudemos levar o nosso ponto de vista e mostrar todo o processo que nós temos empregado em uma produção sustentável de milho. A China tem mostrado também muito interesse, além do milho, na compra de sorgo. O sorgo é um produto similar, um primo distante, do milho que também destina-se à produção de rações e na China, em especial, eles produzem uma bebida alcoólica chamava Baijiu, que é feita a partir do sorgo, e desde o final do ano passado quando foi aprovado o primeiro estágio do protocolo fitossanitário de importação do sorgo do Brasil pela China e, recentemente, uma missão chinesa visitou o Brasil em campos de produção e unidades de processamento nós temos uma expectativa de uma crescente produção do sorgo como alternativa em alguns momentos em regiões onde a questão climática é mais complicada e também em momentos onde o agricultor perde a janela ideal de plantio do milho, cultivando o sorgo. Mas somos já o segundo maior produtor mundial, em torno de 7 milhões de toneladas de sorgo. A cultura do sorgo tem um potencial de crescimento muito grande, tanto para o mercado externo, como é o caso da China, mas também em relação a transformação desse sorgo em rações e mais recentemente na possibilidade do sorgo se transformar em etanol”.
O Brasil se transformando em um parceiro confiável na área de alimentos e a expectativa com relação ao milho é muito grande e também ao sorgo, um produto quase que primo do milho como alternativa extraordinária de vendas para o mercado chinês.
Portanto, temos oportunidades no mundo e quero parabenizar a Abramilho, o Paulo Bertolini e a sua diretoria e lembrando o ex-presidente da associação, que foi também ministro, Alysson Paolinelli, que dizia: “o Brasil será um país chamado de país do milho”.
Eu também não tenho dúvidas. Com o aspecto todo do combustível do futuro, com etanol de milho, com instalações acontecendo em torno desse cereal, não tenho dúvida, ele tem um potencial de produtividade elevado e pode ser plantado em qualquer região do Brasil.
Portanto vamos ao milho, dá-lhe milho e sorgo!
*José Luiz Tejon é doutor em Educação pela Universidad de La Empresa/Uruguai, mestre em Educação Arte e História da Cultura pela Universidade Mackenzie, jornalista e publicitário, com especializações em Harvard, MIT e PACE/USA e Insead na França. Colunista da Rádio Eldorado e Estadão On-line, autor e coautor de 37 livros. Coordenador acadêmico de Master Science Food & Agribusiness Management pela Audencia em Nantes/França e FECAP/Brasil. Sócio Diretor da Biomarketing e da TCA International. Profissional Head Agro Anefac. Prêmio Personalidade Agro ABAG 2023. Ex-diretor do Grupo Estadão, da Agroceres e da Jacto S/A.